Sou fã declarada da autora
Marian Keyes. Adoro os livros dela e a forma com que ela trata os assuntos. Já li alguns e com certeza quero ler toda a coleção dessa escritora fantástica que nos emociona e que faz com que nos identificamos com assuntos diversos.
O livro "Férias" conta a história de mais uma irmã da família irlandesa Walsh. Rachel é uma toxicômana que vai se tratar em uma clínica de reabilitação. No entanto, ela só aceita ir para o Claustro pois tem a certeza que estaria indo para um spa em que ela poderia tirar uma merecida férias.
É muito difícil para Rachel aceitar que é uma dependente das drogas, uma vez que ela jura que só cheira cocaína de vez em quando.
Para quem não usa ou nunca usou drogas (por exemplo, eu) a primeira questão que vem em nossa cabeça é: Como alguém chega nesse nível de dependência? E, óbvio, a principal pergunta que fazemos é: Se todo mundo sabe as consequências das drogas, por qual motivo as pessoas experimentam?
Confesso que essa segunda questão eu ainda não sei responder, pois não entendo mesmo o porquê as pessoas experimentam. Nunca tive o menor problema de assumir que eu sou careta nesse assunto, já convivi em ambientes propícios para o consumo de drogas e nunca experimentei e nem tive vontade.
Mas o propósito do meu texto não é julgar e nem discutir o uso de drogas. O que eu achei muito interessante é a mensagem que o livro passa. No decorrer da leitura, percebemos a evolução do aceite dela com a sua dependência. Por outro lado, em muitos momentos da minha leitura, eu compreendi a dificuldade que ela tinha de parar.
As drogas traziam à ela a sensação de poder, de alegria e de superioridade. Era insuportável ou até mesmo impossível ela ficar triste e não cheirar uma carreira de coca. Como lidar com os problemas estando "limpa"? Como uma pessoa tão insegura com a autoestima, como Rachel, poderia se sentir bem, sem o auxílio de uma carreira branquinha (como diria ela).
O foco principal é o tratamento dela, mas também "viajamos" no romance dela com o Luke, na sua linda amizade com Brigt e o relacionamento com a família.
O interessante é que ela mesma consegue se descobrir, se aceitar e entender o porquê ela era tão insegura em seus aspectos pessoais.
Acho que é uma ótima reflexão e, além disso, me emocionei muito com a história. Lamentei como um vício pode destruir seus relacionamentos e acabar com sua carreira profissional. A sensação de poder é tão grande que acabou tornando-a egoísta e sozinha.
Mais uma vez, indico um livro da Marian Keyes que abordou um assunto sério de uma forma descontraída, reflexiva e emocionante.